“MAIS PROGRESSIVO E MENOS HERMÉTICO”
NOTA: 4/5.
A BANDA
Banda surgida em meados de 2008 no Rio Grande “Blood” do Norte, de forma altamente despretenciosa. Inicialmente fazendo um som instrumental, o grupo começou a adquirir cara de banda com a entrada de “King Lizzard” no vocal. Os ensaios foram evoluindo e som foi ficando redondo. Os caras partiram para os shows e a banda foi conquistando público de modo que o primeiro registro, um EP auto-intitulado, acabou sendo uma consequência natural. Entre as influências, é dispensável falar de Black Sabbath, citado como influência por 11 de 10 bandas que se definem como Stoner/Doom. Então, vale mencionar também, – e principalmente, – Pentagram, ST. Vitus, Kyuss, Cathedral, Down e Clutch.
O DISCO
Commanded By Cosmic Forces é um trabalho orientado para o doom metal, mas é possível identificar elementos de stoner, heavy metal e do rock psicodélico, que eu prefiro chamar de progressivo. Aqui é possível perceber o esforço da banda em criar algo atmosférico e dinâmico. Embora haja estrada a ser percorrida, fica claro que os músicos estão no caminho certo. Inclusive, uma das coisas mais legais sobre a banda é que demonstra saber o que quer e nesto reside a maturidade dos músicos. Liricamente, os caras conseguiram elaborar o conceito sem a obrigação de fazer um álbum conceitual. As composições falam de temas introspectivos e existenciais que dizem respeito à nossa situação individual em relação ao universo/cosmos. A produção é acima da média nacional e dá indícios de um trabalho feito sob direção artística. Como dito anteriormente, a principal característica da Son Of A Witch é saber o que quer e para onde vai. Daí está conseguindo expandir sua música para além das fronteiras do estilo. Neste disco a banda está assumindo uma postura mais progressiva e menos hermética. O que significa que tem aprendido a incorporar e mesclar elementos de outros domínios artísticos ao seu jeito próprio de fazer música. Commanded By Cosmic Forces é um disco com potencial de largo alcance no universo da música chapada.
O QUE TEM DE BOM?
- A produção/gravação é ótima;
- Apesar de extensas, as músicas têm variação, ou seja, têm uma dinâmica interna que aguça a curiosidade sobre o que virá até o fim da audição;
- A belíssima arte da capa, de autoria de Ars Moriendee.
O QUE PODERIA SER MELHOR?
A maioria das canções é longa, então, se você não é adepto do estilo corre o risco de:
- parar a audição antes de atingir o final do álbum;
- passar as faixas antes do término das mesmas.
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