“Uma crítica à decadência da sociedade e aos dogmas da religião”
NOTA: 4,5/5.
The Mist é certamente um dos pilares do Metal de BH e, possivelmente, do Brasil. Eles estavam lá quando tudo começou e justamente por isso sua trajetória significa muito para todos os headbangers da época. Apesar de curta, nossa narrativa conta as histórias subjacentes aos quatro discos lançados no intervalo de 10 anos. Período que coincide com transformações importantes no cenário nacional. Do fim do regime militar ao retorno à democracia e suas consequências para a arte, no geral, e para a música pesada, no particular: como os músicos foram afetados e como expressavam os acontecimentos através da sua música. Por falar nisto, musical e liricamente, o The Mist se diferenciava da dos conterrâneos, que em sua maioria, falavam basicamente de Satan, de violência ou de ambos.
Para quem não é da época, a banda THE MIST foi fundada em meados de 1986 sob a alcunha de Mayhem. Tudo começou quando Vladimir Korg (vocal) recrutou Christiano Salles (bateria), Reinaldo “Cavalão” [†], Roberto Lima (guitarras) e Marcelo Diaz (baixo) para integrar o grupo, que fez história numa época romântica (nostálgica) para o metal nacional. Ganhou popularidade entre os fãs do Metal graças a sua música pesada e soturna.
Phantasmagoria se encaixa perfeitamente numa época em que os gêneros mais aclamados em BH foram o Thrash Metal e o Death Metal. Com renomados expoentes como Chakal, Sarcófago, Sepultura, Overdose, Holocaust, etc., o The Mist acabou se tornando uma das bandas mais populares no país. O álbum, contem 10 faixas de um thrash metal progressivo que diferenciava a banda das demais. No geral, as bandas contemporâneas pendiam mais para a música extrema, fato que, por si só, diz muito sobre o The Mist. […] De um jeito ou de outro, mesmo com orçamento baixo e com músicos inexperientes no estúdio, conseguiram fazer um bom disco para os padrões da época. As composições tem forte apelo junto aos fãs do Metal mais técnico. As letras, (todas de Korg) guardam algum tipo de crítica dirigida especialmente às instituições religiosas e políticas. Ele sempre demonstrou apreço por questões comportamentais e sobre elas desenvolveu narrativas elaboradas. Algumas letras têm inclinações depressivas, o que também denota gosto pelos fenômenos psicológicos coletivos de uma sociedade hipócrita.
Por fim, a formação que gravou o disco conta com Vladimir Korg (Vocals), Reinaldo Bedran (Guitars, [† 1991]), Roberto Lima (Guitars), Marcello Diaz (Bass, backing Vocals), e Christiano Salles (Drums, backing Vocals).
> Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo.
Edição revisada.