Resenha: Bloodhunter – The End Of Faith (2017)

“Possuído por si próprio”

NOTA: 9/10.

Desde o primeiro álbum, é inevitável a comparação desta banda com os mestres do Arch Enemy. De fato, o grupo está a altura, mas a música do grupo não pode ser reduzida a meras comparações. O grupo tem personalidade e competência o bastante para que ser nome seja construído por si mesmo. Devemos dizer que o que faz a banda ser especial é justamente a capacidade de juntar elementos da escola sueca e adicioná-los as influências individuais dos músicos e criar algo seu. Nesse sentido, sabemos que não há como fugir das analogias e das falácias, mas não podemos negar o talento e a força do Bloodhunter.

The End Of Faith é o seu segundo álbum. Ele contém dez novas faixas distribuídas em aproximadamente 50 minutos, que relevam não apenas evolução profissional, mas também um aprofundamento naquilo que simboliza a essência da sua música: técnica, crueldade e melodia. O resultado é música extrema de alto nível. Aliás, do mesmo nível dos mestres de Gotemburgo numa referência direta à Dissection, e At The Gates e o próprio Arch Enemy que já transcendeu à limitação dos rótulos. Pois bem, uma forma didática de descrever a música aqui contida é colocar o álbum na perspectiva de um prisma cuja refração produz uma onda de sentimentos que traduzem as crenças, valores e vivências de cada um dos músicos. Nesse sentido, excluindo alguns excessos, todo o álbum é bom. E, na opinião deste que vos escreve, os destaques são: 2) The End Of Faith, 10) Possessed By Myself e dos covers de 11) Crystal Mountain, (Death), 12) Bury Me An Engel (Arch Enemy) e de 14) I Want Out ((Helloween) que monstra a versatilidade de Diva Satanica e uma grande performance do baterista Marcelo Aires.

O álbum foi produzido por ÁLEX CAPPA em parceria com a própria banda no The Metal Factory Studios. E, surpreendentemente, a mixagem merece muitos elogios, equilibrando com maestria a instrumentação e a execução. A arte da capa foi feita por Maggot Meister, o Logo por Gustavo Sazes e a foto da banda por Javier Bragado.

Nota: 9/10.

R> Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo.