“O lendário álbum de estreia”

Nota: 4/5

“…” Para o bem ou para o mal, todos os movimentos relatados na parte #1 convergiram para estimular o jovem Chuck a iniciar a jornada que teve seu grande marco com o lançamento do álbum que agora falaremos. Já sob a alcunha Death, os garotos passaram os próximos meses ensaiando muito com vistas a aprender técnicas e macetes para poder se apresentar ao vivo. Com disposição e trabalho duro finalmente  conseguiram gravar uma demo-tape intitulada Mutilation, que começou a receber críticas positivas no circuito underground, convencendo rapidamente os especialistas do gênero na Bay Area (o selo Combat Records), a assinar com o grupo.

Quando seus colegas de banda se recusaram a deixar a Flórida para gravar, Chuck não pensou duas vezes e partiu sozinho com a convicção de que aquela era “a grande oportunidade” de sua vida (os amigos deixados para trás formariam outra banda que também se tornou conhecida, o Massacre), e se mudou para San Francisco/Califórnia onde se juntou ao baterista Chris Reifert (que mais tarde formaria outro grande nome, o Autopsy) para gravar o, hoje, lendário álbum de estreia, singelamente intitulado Scream Bloody Gore. John Hand, que aparece na foto à direita foi creditado como guitarrista, mas não tocou no álbum nem chegou a se apresentar ao vivo com a banda.

Lançado em 1987 no formato Long Play (LP) “Screan” é considerado o primeiro documento arquetípico do death metal. O clássico do Possessed, Seven Churches, que o antecedeu em quase dois anos, disputa estatus de “primeiro álbum de death metal”, mas na prática, numca foram concorrentes visto que este está mais fortemente ligado às raízes do Thrash Metal. Para melhor dizer, acredito que Seven Churchs esta mais para algo entre o Thrash e o Death, enquanto que Scream claramente definiu o limite entre os gêneros.  E o elemento que melhor embasa esse fato é uso de vocais guturais que, em essência é distinguível de vocais resgados e gritos. Basicamente o que Chuck Schudiner fez pegar a velocidade do metal mais agressivo e acelerá-la ainda mais de modo a torna-la mais brutal e anti-comercial possível. Outro ponto a se levar em conta é o uso de letras ultra-repulsivas, que aliadas a vocalizações por vezes, indecifráveis, fez com que o bebê death metal viesse ao mundo. Hoje é até desnecessário dizer que ódio brutal materializado neste álbum contou com a adesão imediata de milhares de inconformados pelo globo, tornando-o, assim, um dos gêneros mais perturbadores e mais ouvidos do mundo.

Oficialmente, a formação que gravou o álbum é composta por Chuck Schudiner (vocal, guitarra e baixo), Chris Reifert (bateria) e John Hand (guitarra). […] O disco foi produzido pelo ainda desconhecido Randy Burns e gravado no The Music Grinder, em Los Angeles. A arte da capa ficou por conta de Edward J. Repka.

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Continua…

►Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo