Resenha: King Witch – Body Of Light (2020)

“Heavy Metal tradicional alicerçado em base sólida”

NOTA: 3,5/5.

Fundada no início de 2015 numa caverna escura sob as estradas da antiga cidade de Edimburgo/Escócia, a banda King Witch surge através de um mistura carregada de doom metal com o mais vigoroso hard rock setentista. O quarteto escocês se entregou as suas influências mais latentes para criar algumas de suas composições mais genuínas. Mas a banda poderia facilmente ter se perdido no meio da enxurrada de grupos com propostas semelhantes. Felizmente, a voz extraordinária da vocalista Laura Donnelly trabalhou para que a música da banda não fosse diluída no mar de bandas sem alma que há em todas as partes do mundo.

Body Of Light é um álbum de classe para fãs de heavy metal de todo o mundo. É uma audição de tirar o fôlego não só pela emoção colocada, mas também pela evolução em relação último trabalho. É épico sem ser aventureiro, é destemido sem ser imprudente. As tradições do metal são respeitadas sem, no entanto, serem limitantes.  O que temos aqui é, na menor das possibilidades, uma banda entusiasmada por superpoderes conquistados com o suporte de uma boa gravadora, mas claro que ela se sobressai tanto em termos de composição quanto de execução. Todos os músicos se destacam de alguma forma, mas como dito anteriormente, a vocalista Laura é quem dá o tom. Ela brinca em vários momentos com uma inspiração que parece vir de nomes como Black SabbathRainbow Cathedral (fase mais sombria) e se firma no olho da tempestade, quando é mais exigida. Ela domina as nuances e se impõe com autoridade quase religiosa nos momentos mais sinistros. Mas com 60 minutos, Body Of Light também se mostra um álbum longo com o risco de ser cansativo. Claro que isso depende da experiência de cada um, mas na tentativa de fazer algo épico, a banda comete alguns desvios, por isso perde ponto importante no julgamento deste que vos escreve. Alguns, são inspirados e outros, indulgentes e, na média geral, acabam determinado o produto final. Nada que desabone a conduta da banda. Afinal, potencial eles têm de sobra. Resta apenas direcioná-los da melhor forma. Não a dúvida de que a banda tem muito mais por fazer e certamente o fará!

A formação que gravou o disco é composta por Laura Donnelly (vocais), Jamie Gilchrist (guitarra), Lyle Brown (Bateria) e Joe Turner (Baixo).

> Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo.