Formado em 2007, o Apokrisis celebra, em 2020, o lançamento de seu primeiro Full Lenght, depois de alguns singles amplamente divulgados e que obtiveram boa repercussão.

 

 

Eu, particularmente já vinha curioso com o resultado desse full há algum tempo, desde que ouvi Absinthe from the gods pela primeira vez, meses atrás. E o resultado não poderia ter sido mais satisfatório.

Logos nas primeiras notas de Souls Collector, você já se sente sendo transportado para algo diferente. Quando a música explode, a coisa fica séria! Um death metal técnico e competente é deslanchado ao longo de mais de 7min da faixa de abertura que, claramente, é um dos principais destaques positivos do álbum. É necessário, aqui, exaltar as variações de timbres e técnicas do vocalista Rodrigo Sanner, algo raramente encontrado com tanta competência. Os riffs são extremamente elaborados, criativos e pesados na medida certa.

O baixista Emerson Soares entra como uma grata surpresa, não esperava um álbum com tanto destaque para um instrumento tão injustiçado no meio do metal. As linhas são criativa, técnicas e fogem do óbvio de apenas acompanhar o bumbo ou só dobrar os riffs de guitarra. Ponto extremamente positivo.

O álbum continua com a empolgante Absinthe From The Gods, um excelente single lançado previamente, que, com certeza, será um dos pontos altos dos shows do Apokrisis quando voltarmos à rotina de shows presenciais.

Without Absolution vem com uma temática mais densa e vocais mais variados ainda e passagens ainda mais complexas. Além de um show particular do baixo. (esses slaps me conquistaram!) Fiquei muito curioso de vê-la ao vivo!

Bloodlust aparece com a impressão de que o álbum vai dar uma cadenciada, mas evolui para um avalanche de riffs alucinante. Moshpits e Walls of Death obrigatórios aqui! Talvez a minha favorita de todo o álbum.

A instrumental Bodhisattva é o prenúncio da agressiva Memories, primeiro single do álbum, lançado em 2018 e a mais direta de todo o full.

O álbum se encaminha para o final com Psalms of Mankind Decadence, também lançada previamente e com riffs muito bem trabalhados, e a surpreendente Sumerian, talvez a faixa mais criativa de Misanthropy. Aqui, me faltam palavras para descrevê-la, me restando, apenas convidar quem está lendo essa resenha a uma audição se atentando aos detalhes.

O grand finale de Misanthropy é a excelente Quantum Messiah que fecha, com chave de ouro, um grande full lenght, com temas que vão grudar na sua cabeça por muito tempo depois de ouvir.

Misanthropy representa o Apokrisis chegando com os dois pés na porta, mostrando ao mundo que tem uma banda experiente e promissora galgando lugares mais altos na cena mundial. Uma audição completa deste álbum é, realmente de tirar o fôlego, tamanha a intensidade desse quarteto.

 

 

Ainda vejo espaços para a banda evoluir, mas impressiona a técnica, o bom gosto e a atenção aos detalhes de todos os membros da banda. Misanthropy é, realmente, um álbum para guardar com carinho e considerar uma posição para as listas de melhores de 2020.

Fiquem atentos, o Apokrisis deu seta para a esquerda e vem com tudo!

 

NOTA: 4 / 5

Apokrisis:
Rodrigo Sanner – Vocal
Evandro Bezerra –
Guitarra
Emerson Soares – Baixo
Alexandre Tamarossi –
Bateria