Assassin – Bestia Immundis (2020)

Com os olhos abertos para o futuro.

Já vou logo adiantando que se você começou a ler essa critica esperando um novo “The Upcoming Terror” quero te lembrar em não estamos mais em 1986. Que a cena alemã do Thrash Metal nasceu nos anos 80 todo mundo sabe disso. Mas o que muitos esquecem é que Sodom, Kreator e Destruction só foram reconhecidos como bandas de Thrash Metal, após cada um chegar ao seu terceiro ou quarto lançamento, quando a evolução tornou suas músicas muito mais técnicas. Era comum tratar essas lendas em 1985 como bandas de Power Metal e não Thrash. E é isso que faz na opinião dos fãs, e de muita gente que gosta do estilo, afirmar que a primeira banda de Thrash Metal alemã são os ‘thrashers’ de Düsseldorf.

Polêmicas a parte, essa banda que nunca teve a vida muito fácil acaba de lançar “Bestia Immundis“. As características fundamentais do estilo estão lá cravadas em todas as 11 faixas, além da banda ter resgatado muitos de seus elementos dos seus dias de glória nos anos 80, como as estruturas harmônicas, que eram comuns em seus dois primeiros discos.

As músicas de “Bestia Immundis” são uma paulada e parecem incrivelmente espontâneas. O álbum é brutal, desagradável – no bom sentido – rápido e feroz. Seja os com rifes mortais em “The Swamp Thing” ou rasgando solos como em “Chemtrails – Parte II“. Inegavelmente, na abordagem teutônica, não há um momento de descanso disponível, e na boa, descansar para que?

Podemos facilmente destacar também o ritmo rápido de “How Much Can I Take?”, o crossover que é “Hell’s Work is Done”, e o incrível peso e velocidade de “Shark Attack”. Todas modernas e sem precisar se submeter a nenhuma mistura com os gêneros musicais mais ‘atuais’, que ao invés de agregar, comprometem o estilo musical de uma maneira irreparável na grande maioria das vezes.

É claro que alguns ainda estarão com os olhos para o passado, exigindo que a banda faça o mesmo. Mas o Assassin quer mostrar com “Bestia Immundis” que eles podem viver no presente sendo honestos com suas origens e sem perder o foco para o futuro. E para uma banda que já viveu tantas dificuldades, lembrando que passaram 17 anos sem nenhum lançamento, essa tarefa é muito tranquila.  

Nota: 4/5

Banda:

Ingo “Crowzak“ Bajonczak – vocais

Jürgen “Scholli“ Scholz – Guitarra

Frank Blackfire – Guitarra

Joachim Kremer – Baixo

Björn Sondermann – Batera

 

 

Tracklist:  

1.Swamp Thing

2.How Much Can I Take?

3.No More Lies

4.Not Like You!

5.The Wall

6.Hell’s Work Is Done

7.The Killing Light

8.Shark Attack

9.War Song

10.Chemtrails – Part I

11.Chemtrails – Part II