Melancolia e peso, muito peso.

Como é bom existir exceções para a maioria das regras. Enquanto uma parte – eu disse UMA PARTE – das bandas dos anos 90, se tornaram, digamos, mais suaves com o passar dos anos, o Paradise Lost faz exatamente o contrário. Em seus dois últimos álbuns, “The Plague Within” (2015) e “Medusa” (2017) eles têm progressivamente caminhado em rumo aos temas sombrios e melancólicos.

A abertura com “Darker Thoughts” é uma comunhão musical do estilo chamado por bandas underground de ‘sad’, isso há uns vinte anos atrás, com o peso no melhor estilo doom. O vocalista Nick Holmes recita a letra ao som do violão no começo, para logo depois a tensão atmosférica tomar conta da melodia e o vocal rasgado durante o refrão saturar todo o ambiente. Em seguida o single, “Fall from Grace”, repete o estilo mais pesado adotado pela banda.

Ghosts” é um passeio pela atmosfera do final dos anos 80, quando grupos como o Sisters of Mercy pavimentavam o caminho para as futuras bandas de gothic que surgiriam nos anos 90, para tornar o estilo como um dos mais cultuados daquela época. Já “The Devil Embraced” traz aquela melodia arrastada característica para um refrão suave. A tristeza se confunde com o peso e um belo solo toma conta do ambiente enquanto a bateria de Waltteri Väyrynen destrói tudo ao seu redor. “Forsaken” se destaca por possuir um instrumental muito criativo em sua construção.

Ending Days” começa mais limpa tanto na melodia como no vocal de Holmes, e aos poucos vai ganhando intensidade, que é acentuada por um som altamente melódico nos trabalhos das guitarras. E claro que não posso terminar esse review sem falar da grande faixa do álbum. “Ravenghast” começa com uma intro de piano misteriosa e sombria, que assombra o ambiente. Eis que a voz de Holmes, em tom fúnebre, começa a recitar as palavras, e a música ganha em ritmo e poder em seu final, uma verdadeira aula. Sem dúvidas, umas das melhores composições dentro da carreira do Paradise Lost.

Obsidian” vai agradar os fãs e acredito que também os que só conhecem a banda pelos tempos de “Draconian Times”, pois é uma obra muito inspirada musicalmente, que respeita as características do passado da banda, mas com os olhos para o futuro desse estilo.

Nota: 4/5

Tracklist:

1.Darker Thoughts

2.Fall From Grace

3.Ghosts

4.The Devil Embraced

5.Forsaken

6.Serenity

7.Ending Days

8.Hope Dies Young

9.Ravenghast

10.Hear The Night (Bonus Track)

11.Defiler (Bonus Track)

Paradise Lost:

Gregor Mackintosh – guitars, keyboards

Aaron Aedy – guitars

Stephen Edmondson – bass

Nick Holmes – vocals

Waltteri Väyrynen – drums