Rise Of The NorthStar é uma banda Francesa de Hardcore/Punk com uma pitada de Metal aqui e ali, que vem crescendo demais no cenário, com um visual incrível e por usar, com força, a cultura Shonen em suas músicas e em seu visual. É inegável a influência de mangas e animes em sua música, esse ano esses lançaram o disco Showdown, que já tem resenha no Portal (clique em: resenha) e para saber mais sobre o vindouro disco, que será lançado no dia 07 de Abril e ganhará uma versão Nacional pela Shinigami Records, conversamos com o vocalista Vithia sobre o disco e a banda, confira abaixo:

O vocalista Vithia em palco.

Headbangers Brasil: Primeiro de tudo, eu amo o nome da banda, Rise Of The Northstar, você poderia nos contar como você conseguiu esse nome?

Vithia (Vocais): Obrigado, vem da adaptação americana do famoso mangá Hokuto No Ken. Queríamos um nome inspirado em um anime japonês violento com o qual crescemos, mas também algo que mostrasse que nossa música tem inspiração americana. Hokuto No Ken foi uma escolha óbvia de anime. Ela fala sobre vingança, é violenta, mas também pode ser sutil e até poética às vezes… assim como nossas músicas.

Headbangers Brasil: Uma curiosidade que sempre tive, sendo de Paris e tendo a Cultura Japonesa como principal objeto de trabalho, como aconteceu?

V: Você pode não estar ciente disso, mas a França é o segundo maior mercado de mangá do mundo, atrás apenas do Japão. “Japanimation”, como chamamos, é um grande negócio aqui, e muitas pessoas da nossa geração, inclusive eu, cresceram assistindo anime. Dragon Ball e Saint Seiya (conhecido aqui como Cavaleiros do Zodíaco) me ensinaram a desenhar, os mangás tiveram um grande papel na minha atração pela Arte e meu amor por eles sempre transpareceu em tudo que eu crio, em qualquer forma ou formato. Parecia natural para mim quando criei a banda, e agora é nossa marca registrada.

Headbangers Brasil: Falando em Paris, como a banda ganhou vida? Quem estava dentro da ideia que fez a equipe se unir?

V: Eu criei a banda no final dos meus estudos. Eu queria tocar música, não importa como, não importa onde. Basta pegar o microfone e cantar. Fui a muitos shows de HxC e Metal quando era adolescente. Foi aí que conheci outras pessoas que também queriam formar uma banda. Eu queria que minha banda fosse a mistura perfeita entre “Japanimation” e Metal desde que eu era criança. O resto até agora é só trabalho e sacrifício.

Headbangers Brasil: Depois de álbuns muito bons lançados, o Showdown está chegando com muita energia e força, como foi o tempo de composição?

V: Começamos a escrever músicas no final dos 19, início dos 20… Então surgiu o COVID. Parou tudo. Isso interrompeu nossa turnê e adiou a gravação. Então optamos por focar no que fazemos de melhor: escrever música e criar. Passei muito tempo em casa criando este álbum, aperfeiçoando-o, visualizando-o, projetando-o… Eva-B e Air One me enviaram muitas músicas e riffs, eu escrevi muito também. Em seguida, a gravação veio em 20 e 21. É um longo processo criativo, mas dedicamos um tempo para criar algo que refletisse o que a banda é: uma mistura entre Shonen Rage e Fusion Metal.

Headbangers Brasil: Na arte da capa do Showdown, tem um OVA, está correto dizer que o Showdown está falando do Neo Genesis Evangelion? Se eu estiver errado, qual é a mensagem sobre o conceito de Showdown?

V: Me desculpe, talvez eu tenha entendido mal a pergunta, mas nossa arte não tem nada a ver com Evangelion haha. (Sim, então errrei… haha).
Desenhei a arte durante o Lockdown da COVID, o que pela primeira vez em nossa carreira me deu muito tempo. Simplesmente representa minha interpretação do que é o SHI e nossa música. Algo direto e frontal, mas que pode permanecer bastante rico e matizado às vezes. “Showdown” é a primeira faixa que escrevemos com Eva-B para este álbum, e acho que resume o álbum e seu confronto interno.

Headbangers Brasil: Vocês tem uma identidade visual forte, a ideia disso veio de onde e como você entra nesse conceito visual, que é bem legal mesmo.

V: Obrigado. Desenho desde criança, basicamente sou ilustrador e designer gráfico. Passei minha vida inteira desenhando. Sendo alguém que gosta de visuais e que é espontâneo, eu quis trazer isso para a banda. ROTN é uma mistura entre a ficção de nossas referências e a realidade de nossas vidas. Tento dar à minha banda uma direção artística própria, algo com o qual possa me relacionar, algo entre o mangá e a música dos anos 90 com a qual cresci.

Headbangers Brasil: No Showdown, algumas músicas tem alguns blastbeats e tem algumas passagens “Industrial”, é certo dizer que o ROTN vai adicionar mais elementos no seu som?

V: Desde a saída de Hokuto No Kev (bateria) e a chegada de Phantom, nosso espectro musical se ampliou, agora é mais rico. Os shows são muito importantes para nós, nós nos certificamos de nunca gravar músicas que não podemos tocar durante os shows. O Phantom nos permitiu tocar coisas diferentes, nosso som ficou mais “Metal” agora. Eva-B e Air One agora podem tornar nossa música um pouco mais “complexa”.

Headbangers Brasil: Voltando para Paris, como foi crescer na “Cidade Luz” e como o Hardcore passou a fazer parte da sua vida?

V: Eu cresci nos subúrbios de Paris, que podem ser ótimos e difíceis ao mesmo tempo… Assim como em todas as grandes cidades do mundo, suponho. Eu entrei no Metal através da MTV e do rádio quando era criança… Ouvi o Black Album do Metallica e o primeiro álbum do RATM bilhões de vezes… Então, quando adolescente, ouvi bandas como Biohazard e Suicidal Tendencies enquanto lia mangás como GTO (Tōru Fujisawa) e Slam Dunk (Takehiko Inoue)… Tudo começou assim, eu acho ahah.

O visual do exímio vocalista em palco.

Headbangers Brasil: Eu vi muitos vídeos da banda ao vivo e são sempre imagens insanas de se ver, mas você deve ter um lugar que é o coroado mais louco de todos, você poderia nos dizer onde é esse lugar e por quê?

V: Não existe um público melhor que o outro, são todos diferentes. Nossas multidões são selvagens e nós amamos isso. Os espanhóis e portugueses cantam muito alto, os alemães são mais violentos e os franceses pulam muito! Cada público reage de maneira diferente à nossa música. Quando tocamos no Japão, estando lotado ou não, o público sempre está louco.

Headbangers Brasil: Você tem planos de dominar a América do Sul algum dia e o que você sabe sobre o Brasil, sobre nossa música, cultura e cena culinária.

V: Adoraríamos tocar na América do Sul. Estamos recebendo cada vez mais ofertas, mas, infelizmente, sempre há um problema de cronograma. Já vi muitos vídeos do Rock in Rio, esse festival parece uma loucura! Eu sei que o Brasil gosta muito de Metal, ouvi muito Sepultura na adolescência e o público lá parece insano.

Headbangers Brasil: Vithia, muito obrigado pelo seu tempo, por favor, deixe uma mensagem a todos que lerem a sua entrevista.

V: Obrigado! Recebemos muitas mensagens da América do Sul, especialmente do Brasil. Esperamos visitar vocês em breve para tocar nosso terceiro álbum ao vivo. Continuem representando a cena underground que luta pela música autêntica, continuem metal!

Headbangers Brasil, Obrigado!!