Um retorno às raízes.

 

Esse ano de 2020 será inevitavelmente marcado pelos problemas que o mundo está enfrentando com essa praga chamada de C-19 e todo o estrago que esse vírus esta causando. Mas como não podemos viver só de más notícias, um fator que também vai ficar em evidência quando se for comentar sobre esse ano, é a quantidade de álbuns muito bons que foram lançados, ficando muito acima da média esperada, e olha que ainda estamos no mês de maio. E aqui temos mais um exemplo.

O novo trabalho dos gregos do Firewind com seu álbum autointitulado representa um retorno às raízes e auge da banda. Gus G. acertou uma formação segura tendo na cozinha formada por Petros Christo (baixo) e Jo Nunez (bateria) uma solidez robusta e Herbie Langhans, esse sim foi uma grande escolha, trazendo um toque refinado e poderoso nos vocais.

O álbum abre com “Welcome To The Empire” com rifes pesados e mudanças de ritmo acentuadas, com Christo e Nunez proporcionando um chão consistente para Gus mostrar suas virtudes. “Devour” aumenta o tom com a bateria funcionando como um triturador ao lado do destacado baixo, enquanto Gus desfila uma coleção de notas precisas nas harmonias e em um excelente solo.

Rising Fire” e “Orbitual Sunrise” tem aquele felling das bandas de power metal do começo desse século, com muita melodia e peso, e se você souber procurar com atenção, vai encontrar uma pitada do velho Rainbow do começo dos anos 80, o que é uma referência de respeito. “Longing to Know You“ é a balada do disco, que tem um dedilhado bem definido e uma cama de teclados, dando uma atmosfera que músicas como essa necessitam. Os coros ficaram muito bonitos e a interpretação de Langhans é o destaque.

Geralmente quando a gente chega lá pela sétima, ou oitava faixa de um CD, os melhores momentos já ficaram para trás, mas não é o caso nesse álbum. A ótima “Perfect Stranger” tem rifes criativos, solos de muita habilidade e um refrão muito bom. A cadência de “Overdrive” com sintetizadores acentuados agrada logo de cara, além de possuir um refrão típico das grandes bandas dos anos 80, daqueles bem melódicos, que te convidam a decorar a letra pra poder cantar junto.

E as surpresas continuam com outra faixa cheia de referencias. “All My Life” foge do power metal e coloca o Firewind a um passo do hard rock, e novamente uma ótima referência me vem a cabeça, ao lembrar dos discos de Yngwie Malmsteen na segunda metade dos anos 80.  “Space Cowboy” mantém o alto nível, com um ritmo que contagia, refrão imponente e um solo digno de um guitarrista virtuoso como Gus G. E para fechar o registro temos a paulada “Kill The Pain“, certamente a música mais pesada ​​e agressiva do disco. Eu disse a pouco, as últimas faixas são realmente matadoras.

Esse trabalho coloca o Firewind em uma nova perspectiva devido à sua qualidade, e agora que nos acostumaram mal, vamos querer que esse nível, se torne corriqueiro. Talento os músicos tem de sobra e a respeito de Gus G., sabemos muito bem o que esperar, afinal de contas, ninguém toca guitarra na banda do Madman a toa. Excelente disco, pode comprar sem pensar duas vezes.

Nota: 4/5

Setlist:

1.Welcome to the Empire            

2.Devour            

3.Rising Fire                

4.Break Away   

5.Orbitual Sunrise                

6.Longing to Know You        

7.Perfect Stranger               

8.Overdrive                 

9.All My Life               

10.Space Cowboy                

11.Kill the Pain

Firewind:

Gus G. – Guitars, Keyboards

Herbie Langhans – Vocals

 Petros Christo – Bass

Jo Nunez – Drums